Como você já deve ter visto anteriormente nos post#1 e post#2, saber tomar decisões corretas no momento errado podem custar muito caro e prejudicar a saúde financeira de uma pessoa por muitos e muitos anos.

Vamos mostrar nessa publicação exemplos práticos de situações que também são alvo de campanhas de marketing de Seguradoras, Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Complementar, com o objetivo de atrair novos clientes (participantes) em planos de previdência privada. Quando escrevemos “novos”, estamos sim nos referindo também aos que mal atingiram a segunda década de vida, ou seja, em 2021, os que nasceram a partir de 1991.

E a estratégia é realmente boa. Mostrar a um jovem que ele pode acumular um excelente patrimônio em um futuro distante parece não seduzir tanto. Ele sempre acha que falta muito tempo e que adiar por uns anos não irá comprometer suas ambiciosas previsões financeiras. É uma questão que envolve ausência de visão de longo prazo, excesso de autoconfiança, seja na carreira ou na sua própria capacidade de investir, na escolha de outras prioridades, imediatismo (valoriza apenas o que pode ter agora) e uma dose de ceticismo no produto que lhe é apresentado.

“Os números não mentem, jamais” – Este clichê retrata bem o quadro a seguir, que ilustra de forma impiedosa, o preço que se paga, ou melhor, que é preciso que seja pago, caso uma pessoa resolva compensar todo o período passado de contribuições previdenciárias não realizadas, no pouco tempo que lhe resta pela frente.

Novamente, pelo fato da matemática financeira se tratar de uma ciência exata, quanto maior o prazo restante, menor “a dor” e menor tende a ser o “arrependimento” por não ter dado ouvidos quando pela primeira vez lhe foi oferecido um plano de previdência privada ou ele o descobriu através de suas pesquisas no Google. Quanto menor o tempo pela frente, mais caro fica!

Premissas e cenários

Como em qualquer simulação, é necessário apresentar o que serviu como hipótese para chegarmos aos resultados. Neste caso, utilizamos:

Rentabilidade: 4% a.a. Inflação: 0% a.a.

Idade de aposentadoria: 65 anos Renda Desejada: R$ 5.000,00

Prazo de recebimento da renda: de 10 a 35 anos, variando de 5 em 5 anos

Os resultados acima falam por si só, não é mesmo?

Se uma pessoa esperar para começar a contribuir a partir de 55 anos, ela tem possivelmente poucas opções, (sem contar a de contribuir com valores muito elevados), para tentar reverter algo que parece inevitável (não receber seu benefício de R$ 5.000,00 por mês), como por exemplo:

  1. Contribuir com um valor mensal dentro de suas possibildades financeiras (sem fazer dívidas), provavelmente optar por receber um benefício por um prazo curto (até 75 ou 80 anos) e torcer para não estar vivo após essa idade.
  2. Conformar-se com SOMENTE a aposentadoria do INSS para os últimos anos da sua vida.
  3. Reduzir sua expectativa de renda futura, preparar-se e mudar seu padrão de vida para uma nova realidade.

E a rentabilidade, pode ajudar?

Sim. De fato a rentabilidade é uma esperança. O problema é que não há como assegurar que a rentabilidade será elevada, principalmente no longo prazo, com o cenário econômico do país, admitindo um nível aceitável de risco.

Apenas para ilustrar um pouco melhor o que poderia servir como um atenuante, fizemos um último quadro, considerando que a rentabilidade, ao invés de 4% ano, seria 6% (ou seja, 50% maior por todo o período futuro, e não por apenas um, dois ou cinco anos).

Obteve-se os seguintes resultados:

Vamos focar nos resultados aos 55 e 60 anos de idade.

Para facilitar a comparação, vamos observar os números a seguir:

Como vemos, mesmo obtendo uma rentabilidade média muito superior, a redução no custo mensal necessário é relativamente pequena. Imagine que, começando aos 60 anos, para receber um benefício de R$ 5.000,00 por 25 anos, seja preciso contribuir (POR MÊS) “somente” com R$ 14.421,30 ao invés de R$ 11.338,61 (redução de 21,38%).

O mesmo exercício, só que com 55 anos, melhora bastante, mas é ainda extremamente alto. Para receber o mesmo valor, pelo mesmo prazo, seriam necessários contribuir com R$ 6.505,89 ao invês de R$ 4.849,24 (redução de 25,46%)

Conclusão

  • A Previdência Privada, como vimos, é um investimento de longo prazo e requer planejamento, acompanhamento e hábito de contribuir.
  • É um produto que pode render muitos frutos e garantir uma velhice tranquila.
  • Deve ser prioridade para quem planeja receber uma renda mensal no futuro e que não seja familiarizado com investimentos.
  • De nada adianta contribuir por contribuir. Tem que ter em mente qual o objetivo a ser alcançado e fazer revisões de acompanhamento.

E, a respeito deste último item, vamos publicar sobre isso em breve. Aguarde.

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