Já aconteceu com você de entrar em uma loja física ou virtual e se deparar com um produto que lhe encheu os olhos no momento que você viu e não conseguir resistir e comprar na mesma hora?

Você não é a única pessoa que já passou por isso. Veja alguns dados e números da compra por impulso:

Em um estudo realizado pelo então SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) em maio/2014, descobriu-se que nos três meses anteriores, 52% dos brasileiros tinham realizado compras por impulso.

Uma segunda pesquisa, realizada há cerca de 2 anos pelo SPC Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Diretores Lojistas) mostrou que 33,2% das compras por impulso acontecem em supermercados.

Conheça alguns dos vilões das compras por impulso são:

  1. Liquidações – as aparentes promoções em que os preços em geral estão abaixo da média;
  2. Produtos atrativos – embalagens que chamam a atenção do consumidor;
  3. Senso de urgência – “somente hoje”, uma estratégia de marketing que provoca no consumidor o receio de se arrepender por não ter comprado;
  4. Facilidade de pagamento – principalmente através do cartão de crédito e se puder ser parcelado, a armadilha está pronta…

Porém, se de um lado estão os lojistas e os vendedores, do outro lado está você “no controle da situação”. É você que sabe o quanto um determinado produto é útil, quando ele é necessário, o quanto pode significar um status em sua vida e principalmente se tem ou não como arcar com aquele custo, naquele momento.

Entretanto, as pessoas se vêem envolvidas pelo momento em que estão cercadas de fatores que não a permitem usar a razão. Tudo começa por exemplo com uma vitrine e um produto bonito e/ou “aceitamos cartões de crédito”.

Inicialmente elas entram apenas para ver o produto e saber quanto custam. Em seguida, começam a ver os seus diferenciais, o design, a praticidade, a tecnologia, as cores, a textura e começam a imaginar o quanto poderia ser interessante levar para casa. Quando descobrem o valor, mesmo achando um valor acima do que imaginava, buscam justificar a todo custo (nesse momento a razão foi suprimida pela emoção) e já estão convencidas na maior parte das vezes da compra e só precisam ver a forma de pagamento. Se for facilitado, seja por um desconto à vista ou parcelado em algumas parcelas, a compra tem grande chance de ser efetuada.

Porém, no caminho para casa, grande parte das pessoas já sente um certo “medo” de ter se precipitado e começa a refletir como fazer para poder quitar as prestações (muitas recorrem ao financiamento do cartão de crédito), outras começam a repensar sobre a necessidade de ter comprado e começam a buscar argumentos que possam convencê-las de que todo o esforço a ser feito valerá à pena. Frases como “eu mereço” ou “eu trabalho pra isso” são as mais comuns.

Estamos diante de um caso simples de não saber dizer “não” a si mesmo. Se voltarmos no texto, veremos que provavelmente o produto não era necessário, algumas vezes caro (mesmo não sendo, torna-se um compromisso a ser quitado a partir daquele momento), e que impede a pessoa de utilizar aquele dinheiro para um investimento próprio.

Só que não é apenas uma questão de não guardar um pouco do que tem para investir. Trata-se também de perder o controle das despesas mensais.

A facilidade do pagamento através do cartão de crédito se dá pelo fato de postergar o pagamento de um determinado item. Em contrapartida, existe a necessidade de quitar seu valor integralmente ou senão, automaticamente, contrair uma dívida em parcelas com taxas abusivas (entre 270% e 310% de juros ao ano, segundo o BACEN).

E mesmo que pago à vista, é necessário ter dinheiro disponível para não entrar no cheque especial (outra cilada), como também é necessário ter o suficiente para cobrir todas as despesas do mês, pelo menos até o próximo pagamento.

Note-se que falamos até aqui de produtos que possam ser caros. Só que nem sempre a compulsividade está em itens de alto valor. Pense no quanto pode comprometer um orçamento pessoal diversos produtos “baratinhos”, pagos em 10 parcelas de “20 Reais”.

O parcelamento de compras cria um padrão de vida artificial, tema de nova publicação que faremos dentro de alguns dias aqui do Multi x Plique

Portanto, a compra por impulso é um dos principais motivos do descontrole financeiro pessoal ou familiar. Se você deseja controlar os seus gastos, você pode aproveitar essas dicas…

  • Controlar todas as despesas mensais para conhecer quais poderiam ser evitadas para ajudar a equilibrar a relação receitas x despesas
  • Priorize formar uma reserva financeira para emergências. Se você precisar de um dinheiro urgentemente, dificilmente conseguirá vender seu objeto de desejo. Se conseguir, dificilmente será de forma rápida e muito menos pelo preço que foi pago;
  • Não vá às compras se você se sentir triste ou estressado;
  • Antes de comprar, opte por esperar pelo menos 1 hora. Diga ao vendedor da loja “volto mais tarde” ou, se for online, deixe no carrinho da loja e acesse depois o site novamente. Normalmente, ao final desse tempo, o interesse pela compra diminuirá se for uma compra por impulso;
  • Só leve dinheiro ou cartão de crédito quando souber que irá precisar para uma finalidade específica.
  • Vá as compras sozinho(a) ou pelo menos, não leve aquele(a) amigo(a) que adora ir às compras. As chances de você ouvir inúmeras razões para fazer a compra naquele momento são muito altas;
  • Se o item não estiver em sua lista de desejos, considere que o item pode não ser tão importante quanto você imagina;

Aguarde que vamos falar muito mais sobre decisões financeiras equivocadas.

Nossa próxima publicação sobre esse tema você lê aqui

#multixplique

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