The words Retirement Plan written on a hand drawn bar chart surrounded by pencils, books and calculator.

Olá. Se esta é sua primeira leitura nesta série, estamos na última parte. Por isso, para sua melhor compreensão, sugerimos dar alguns passos para trás e começar a sua leitura na Parte I que você consegue acessar clicando aqui. Cada nova parte tem um link para a parte seguinte, ao final de cada texto.

Mas se você já está a par de tudo que falamos aqui, já deve ter aprendido dicas valiosas para usar daqui pra frente e certamente vai ajudar pessoas a tomarem suas próprias decisões. Porém, resta ainda fazer os últimos avisos, mostrar o que tem acontecido no mercado ultimamente. Vamos lá?

Quando compramos algo que não é apropriado ao nosso perfil ou nosso interesse

Também acontece esse tipo de venda na previdência privada. Talvez a mais comum seja ver o número de pessoas que compraram VGBL ao invés de PGBL e acabam desperdiçando oportunidades de abater Imposto de Renda todo ano, por terem aderido a um plano sem essa vantagem fiscal.

Como já publicamos aqui no Multixplique, aproveitar o benefício de planos CD, CV, Tradicional, PGBL e alguns outros deve sempre ser um dos primeiros interesses ao contratar um plano de previdência. Mas, infelizmente, em função de uma falta de comunicação entre cliente e gerente/corretor, ou mesmo, sendo necessário que “metas” de vendas sejam atendidas, nem sempre o que é ofertado ao cliente corresponde ao que ele precisa…

Para quem defende que não compensa um plano PGBL para quem pensa em resgate, deixo aqui um pensamento, para reflexão:

O imposto será cobrado apenas no momento do resgate. Durante todo o período de acumulação, não há incidência de impostos sobre os ganhos financeiros, que se “acumulam” uns sobre os outros. É o efeito dos juros sobre juros. Já num fundo de investimento qualquer, essa sistemática benéfica ao cliente não existe porque existe o “come-cotas”. Já publicamos algumas vezes sobre esse assunto aqui no Multixplique e por isso não vamos nos estender mais no momento.

Continuando a reflexão, ao deixar de pagar 27,5% de imposto de renda agora sobre os 12% (percentual máximo que se pode deduzir anualmente sobre a renda anual) e, ficando mais de 10 anos com as contribuições no plano, pagará uma alíquota média imposto no resgate que poderá ser de 10%, 12%, 15%, 20%, economizando em relação aos 27,5% de imposto, tendo ganho os juros de todo o período. Tudo vai depender mesmo do tempo que o dinheiro estiver investido.

Entretanto, pouco parece ser relevante essa questão na prática. Os números mostram que o boom da previdência privada se deu com o VGBL e não com o PGBL. No que chamamos de “seguradoras de varejo”, o volume de PGBL vendidos atinge 10% dos novos planos.

Com o VGBL é outra história. Para começar, além de não haver nenhuma isenção fiscal como diferença para o PGBL, o imposto incide de forma similar a um fundo de investimento, ou seja, somente sobre o rendimento, obtido. Pelo fato de não apresentar vantagens fiscais, acaba sendo indicado para todos aqueles que não possuem renda assalariada, não tem retenção de imposto de renda na fonte, para quem declara imposto de renda na forma simplificada ou para quem já usufrui de 12% da dedução possível, com planos BD, CD, CV, PGBL ou outros.

E também o VGBL leva uma certa vantagem em relação aos Fundos de Investimentos ou outros investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, Debêntures, COEs. Sabe por que? Porque o imposto mínimo nessas aplicações é sempre 15%, enquanto a alíquota mínima pode chegar a 10% apenas, se o dinheiro a ser sacado ter permanecido por pelo menos 10 anos. É a Tabela Regressiva. O imposto incide apenas sobre os ganhos.

Tem muita vantagem pelo visto…

Pode-se dizer que sim. Porém, há que se estar atento às taxas de carregamento de entrada, saída e taxas de administração. Porém, de todas as vantagens, a que acredito ter um maior peso na decisão, o que justifica inclusive o perfil que vem adquirindo VGBLs são pessoas da chamada “terceira idade”. Isso porque o VGBL é uma importante ferramenta de planejamento sucessório. Pois os bens que estão investidos em VGBL (previdência em geral) não entram em inventário e são pagos diretamente aos beneficiários indicados. Economiza-se tempo e dinheiro. No caso do VGBL, pode funcionar como uma previdência, disfarçada de seguro. Em alguns estados, sequer o ITCMD – Imposto de Transmissão Causa Mortis é cobrado.

Porém, sempre há os cuidados a tomar. Fazer a opção pela Tabela Regressiva significa que o cliente não vislumbra a possibilidade de precisar do dinheiro antes do prazo previsto ou não pretende resgatar em pouco tempo. Como as alíquotas começam em 35%, cobradas de forma definitiva na fonte, sem ajuste anual, podem representar um grande prejuízo financeiro para os mais “desavisados”.

Produtos para todos os gostos

Sabemos que há públicos que são mais adeptos aos investimentos com baixo risco, porém há aqueles mais tolerantes, chamados de “agressivos”. O importante é que os planos tenham opções de investimentos, carteiras de investimentos para atender a todos esses perfis. A tendência é que dentro de alguns anos haja uma menor concentração em renda fixa, porque sem correr um pouco mais de risco, será quase impossível fazer uma capitalização expressiva do patrimônio investido, principalmente num cenário em que as taxas de juros são historicamente as menores.

Acredito que os Fundos Multimercados venham cada vez mais representar uma maior fatia desse mercado, atraindo investidores que aceitam um pouco mais de risco, para conseguirem melhores índices de rentabilidade.

A concorrência…

Ah… como é saudável ter concorrência no mercado, hein?

Easynvest, XP, Rico, BTG Pactual e outras tantas corretoras já oferecem planos de previdência privada há algum tempo. Acabou aquela fase de monopólio das seguradoras de varejo.

Espera-se que o produto de previdência privada se torne mais “popular” com o passar dos próximos anos. Os produtos estarão mais pulverizados no mercado. As taxas devem cair mais e a briga será por rentabilidades apenas. Quem for mais eficiente em gestão e tiver o menor custo levará grande vantagem. E os consumidores assistirão, de camarote, esse duelo entre as seguradoras grandes e as independentes. Ao final, farão suas escolhas.

Conclusão

Há muito espaço para o crescimento da previdência privada. Assim como tem crescido o número de investidores na Bolsa (B3) a cada ano, é provável que mais investidores adquiram os planos de previdência do mercado. As Entidades Fechadas de Previdência Complementar com seus planos “família”, planos instituídos para entidades de classe, sindicatos etc estão em plena atividade no mercado, buscando seus lugares ao sol.

Como dissemos na Parte I dessa série, a reforma de previdência trouxe à tona uma discussão muito relevante. É preciso se conscientizar que quem quiser se aposentar um pouco antes do que a nova regra exige e quem precisar de renda superior ao Teto da Previdência, precisar fazer seu trabalho de casa, ou seja, investir e acompanhar seu plano. Para isso, será muito útil esse guia, em 5 partes, publicadas aqui para que as decisões sejam acertadas.

Quem ainda pensa que o Governo tem obrigação de sustentar para o resto da vida a população, precisa acordar, se mexer ou vai acabar tendo uma dura constatação: não ter recursos para sobreviver da forma que imaginou a vida toda.

Há cerca de 3 anos, apenas 5% da população possuía plano de previdência. Falava-se em 13 milhões de brasileiros. Há muito espaço para crescer.

Educar, conscientizar e se planejar.

Quem entender isso, poderá salvar seu futuro.

Obrigado.

Compartilhe essa publicação e ajude mais pessoas a tomar decisões financeiras adequadas às suas vidas enquanto ainda dá tempo.!

#multixplique

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