Eu poderia começar fazendo suspense sobre esta que foi a decisão mais fácil relativa a um investimento financeiro de valor elevado que tomei na vida. Mas não é exatamente isso que eu quero fazer. Foi através de um Consórcio Imobiliário. Pronto, já estraguei a surpresa? Não, longe disso!

Antes de continuar, quero que você saiba que esta história é verídica. Aconteceu comigo! E foi um dos melhores investimentos que fiz na vida e você precisa continuar lendo para entender e perceber que estereótipos tais como “consórcios não são investimentos”, devem ser, antes de serem taxados de forma equivocada por pessoas que não estão preparadas para falar sobre o assunto, minimamente estudados. Vem comigo?

Ok, boa leitura! Vamos lá…

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O ano era 2003, eu era solteiro, meu salário era próximo de R$ 3.000,00 (salvo engano) e eu tinha lido que a Caixa Econômica Federal havia lançado o consórcio imobiliário. Uma grande oportunidade para quem não tinha urgência em comprar um imóvel. Não havia cobrança de juros. A correção das prestações (e do valor da carta de crédito) eram corrigidas pelo INPC. O que se cobrava era uma taxa de 17% sobre o valor da carta de crédito, para um planejamento de 10 anos! Sim, 17% diluídos em 10 anos. Nada mal para quem “não tinha pressa”. Eu começaria a pagar as 4 primeiras parcelas com 1% de taxa de administração diluídas nessas parcelas, deixando então 16% para o restante do período. E o pagamento só começaria quando o grupo de consorciados fechasse. Pra não dizer que não havia mais nenhuma cobrança, não posso deixar de mencionar o fundo de reserva, de 5%. Uma espécie de pagamento antecipado que visava cobrir eventuais inadimplências e que seria devolvido a mim, ao final de 10 anos, corrigido também.

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Na época, o tamanho do grupo era 360 pessoas. Lembro até hoje: Grupo 034, cota 140. Em tese, seriam 3 pessoas contempladas por mês.

O valor do crédito? R$ 80.000,00. Na época eu já vinha juntando um dinheiro mensalmente e acreditava que, somando o saldo de FGTS, meus investimentos e meu crédito do consórcio, eu conseguiria comprar um imóvel de aproximadamente R$ 200.000,00. Esse era o plano. Nada mal para alguém que tinha 27 anos. A prestação era um pouco “salgada”, algo em torno de R$ 800,00 se não estou enganado. Mas eu sabia que o sacrifício tinha um propósito. Meu 1º imóvel.

Funcionaria assim: O maior lance ofertado daria direito ao consorciado a poder utilizar o a diferença entre o valor da carta de crédito e o valor oferecido e comprar seu imóvel. O segundo contemplado seria o real sortudo, aquele que por pura sorte, teve sua cota divulgada no sorteio da Caixa. Porém, havia um terceiro contemplado. Aquele que tivesse oferecido um lance mínimo, equivalente a 20% da carta de crédito.

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Não era preciso desembolsar nada. Apenas fazer o login no site do consórcio, fazer a opção de lance mínimo e cruzar os dedos. Assim, quem quisesse, poderia abrir mão de 20% do crédito e ser sorteado antes, desde que seu número fosse o número mais próximo daquele sortudo MOR que mencionei acima.

Bom, posso dizer que sou uma pessoa que tem muita sorte. Na vida, já tive inúmeras ocasiões de sorte e esta foi uma delas. Mas, calma, não fui sorteado no 1º mês, nem no segundo, nem no terceiro…

Posso dizer que 2003 passou em branco pra mim. O consórcio começou em abril. Já em 2014, era ano de Olimpíadas (Sidney) e eu sempre tive o hábito de tirar férias em copas do mundo e olimpíadas. Sempre que pude, tirei. Exceto no meu último emprego, onde tirar férias parecia ser algo proibido, rs. Enfim, era o mês de agosto do ano 2014 e eu recebi uma ligação da Caixa Consórcios. Tinha sido sorteado no lance mínimo. Fui o “vizinho” mais próximo do número sorteado (141) e eu, por ter oferecido o lance mínimo, fui o contemplado.

Àquela altura, a inflação já tinha corrigido a carta em exatos 5%. Meu crédito era R$ 84.000,00. Tinha direito a uma carta de crédito, já abatendo o valor do lance mínimo, R$ 67.200,00.

Na época, surtiu pouco efeito. Eu ainda fazia minhas economias, não tinha parado para pensar qual imóvel eu poderia comprar e deixei tudo como estava. Continuei pagando.

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Daí veio a grande surpresa que me fez GOSTAR MUITO MAIS de consórcio do que eu já gostava. Alguns meses depois de ser contemplado, eu já namorava a minha atual esposa. Pedi a ela para começar a ver comigo algumas opções de imóveis. Tem coisas que fazer sozinho não tem a menor graça…

Vimos muitos apartamentos. Acabei gostando de uns, mas não fechei negócio. Era cedo pra mim. Porém, fui tirar algumas dúvidas na Caixa Consórcios. Descobri que o saldo da minha carta de crédito, no início de 2005, ou seja, quase 2 anos depois de tudo ter começado, estava próximo de R$ 100.000,00

Minha primeira pergunta: Como assim???

Estou com R$ 100 mil disponíveis pra comprar um imóvel? O atendente disse que sim. Sabe qual era a explicação? A Caixa Consórcios havia investido o valor da minha carta de crédito em um Fundo de Investimentos para grandes investidores, numa aplicação muito boa (a renda fixa estava em alta performance) e a inflação era baixa. Resultado, comecei a ter ganhos expressivos em cima de um capital que eu sequer tinha pago 20% no meu “financiamento” de dez anos!

Para tornar esse artigo menos longo e ir direto ao ponto, descobri que a cada mês que eu demorasse, mais eu ganharia em termos reais. Era bom demais pra ser verdade! E era. A aplicação estava dando em torno de 1,2% a 1,4% por mês, enquanto a inflação não chegava a 0,6%. Esperar significava aumentar muito meu patrimônio, me permitindo sonhar mais alto e comprar um imóvel dos meus sonhos.

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E claro, cada mês a mais que passava eu ainda tinha o depósito do FGTS, o rendimento das minhas aplicações e o próprio rendimento do FGTS.

Portanto, fica fácil explicar como consegui comprar meu primeiro imóvel, em 2006, por R$ 249 mil, sem financiamento bancário (se fosse preciso eu não conseguiria, pois a carta de crédito que seria utilizada seria alienada no meu imóvel).

Meu imóvel foi comprado na planta, em 2005, quase um ano depois do sorteio. Todas as parcelas pagas foram negociadas diretamente com a construtora, até a entrega das chaves, quando fiz o complemento com a carta de crédito, que naquela época, já estava em mais de R$120 mil. Não me lembro dos números exatos.

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O que gostaria de deixar então como ensinamento?

Antes de decidir comprar um imóvel, procure pensar no prazo que você vai querer fazê-lo. Pode ser que um consórcio lhe atenda. Não que você vá contar com a sorte, mas ter um consórcio pode lhe dar uma boa surpresa, pois a partir do momento que houver a contemplação, você terá seu crédito aplicado, rendendo juros para você, sobre um capital que ainda não é seu!

E mais, se você quiser vender essa carta, saiba que tem muita gente interessada. Pois é uma carta de crédito similar a um crédito de financiamento bancário, mas SEM JUROS. Isso vale quase como OURO e muitas pessoas ganham muito, mas muito dinheiro somente com isso.

Financiamento é caro porque o crédito é imediato e você recebe o dinheiro primeiro para poder pagar. O consórcio é o contrário. Você paga primeiro e pode ser sorteado e receber (ou não) o crédito.

Há outras formas de se adquirir um imóvel, Hugo. Sim. Com certeza. Mais “baratas” até que o consórcio. Mas provavelmente exigirão de você disciplina, persistência e regularidade. O consórcio já lhe exige isso.

Se você traçar um planejamento de longo prazo, poderá tomar decisões financeiras muito mais assertivas, adequadas às suas necessidades.

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Pense na sua casa dos sonhos, imagine que você vai pegar as chaves. Agora pense que esse momento é possível e você não precisa pagar o dobro ou mais para conquistá-la!

Dicas como essas você encontra no meu programa de planejamento financeiro pessoal que desenvolvi. Meu propósito é ajudar as pessoas a conquistarem seus objetivos financeiros. Dos mais fáceis, aos mais difíceis.

Obrigado por ter chegado até aqui! Espero que tenha gostado. Se tiver alguma dúvida, basta entrar em contato comigo, aqui mesmo no Multixplique.

Hugo Elsenbusch

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