Este é o post #5 da série sobre Investimentos em Renda Fixa do Portal Multixplique.

No post #4 falamos sobre uma opção conservadora bem interessante, chamada CDB. Vimos que o CDB é uma forma que o investidor, inclusive pessoa física, empresta dinheiro ao banco.

Mas, não são somente os bancos que costumam tomar dinheiro emprestado de investidores pessoas físicas e jurídicas. Diversas empresas também o fazem. E, esse tipo de investimento é conhecido como Debênture.

Provavelmente você já deve ter ouvido falar de uma debênture, mas não sabia explicar o que é e nem como funciona, como comprar, etc.

Por isso, neste post, vamos “desmistificar” esse interessante tipo de investimento de renda fixa.

Emitidas por sociedades anônimas (SA) não financeiras, as debêntures são disponiblizadas na bolsa de valores ou em mercados de balcão e podem ser adquiridas através de uma corretora de valores.

São títulos de renda fixa de médio e longo prazo, visando financiar estas empresas, seja para fazer novos investimentos na empresa, novos projetos ou mesmo para quitar outras dívidas que elas possuam.

Trata-se na prática de uma forma mais barata de captação de recursos, se comparadas às opções oferecidas por bancos e outras instituições financeiras.

Resumindo: você empresta um valor para uma determinada empresa por um período estipulado e ao final deste prazo irá receber juros.

Até agora, você que vem acompanhando os posts dessa série na ordem de publicação, começa a ver que é um investimento muito semelhante aos CDBs.

Da mesma forma que ocorre com os bancos com melhores ratings de classificação, as debêntures de empresas com boa reputação, ou seja, com boa análise de risco de crédito, feitas pelas agências de risco, oferecem menores taxas de juros (porém superiores à diversas opções de investimentos disponíveis no mercado), por serem empresas seguras (baixo risco) e despertam o interesse de muitos investidores.

Já as empresas com uma classificação de risco mais elevada, se vêem obrigadas a ofertar maiores taxas de juros nas suas debêntures, para que se tornem boas opções de investimentos para os investidores.

Novamente, quanto maior o prazo, maiores as taxas. E por que? Qual o interesse do investidor em deixar seu dinheiro “preso” por muito tempo se a rentabilidade oferecida não for maior?

O que tem de interessante também nas debêntures é que as mesmas pagam rendimentos semestrais ou anuais, trazendo um retorno para o investidor durante o período que o dinheiro estiver aplicado. Há ainda debêntures que pagam um “prêmio” ao final do período, que correspondem a um rendimento adicional, a ser pago juntamente com a devolução do principal.

Normalmente, as debêntures são oferecidas com uma taxa de juros acrescida de uma variação por um índice, por exemplo, IPCA.

Há debêntures que podem ser recompradas pela empresa emitente antes do prazo estipulado, desde que esteja previsto na escritura.

Significa que o investidor pode, de repente, receber antecipadamente o valor principal e os juros, calculados até aquele momento.

Por que isso acontece?

Imagine que no Brasil as taxas de juros estivessem em torno de 5% a.a e uma empresa “Z” oferecesse uma debênture para 5 (cinco) anos, com taxa de 7% a.a + IPCA. Ao observar essa rentabilidade e analisar o risco, você decide investir. Porém, 2 anos depois, as taxas de juros despencam (similar ao que está acontecendo hoje no Brasil), por exemplo para 3% a.a. Se neste momento houvesse opções no mercado de créditos mais baratos, ou seja, em torno de 4 a 5%. Não faria sentido para a empresa continuar pagando juros de 7% ao ano para você, se no mercado ela consegue se financiar a taxas bem menores.

Repare que, o inverso também pode acontecer, ou seja, as taxas dispararem e quem poderá ficar insatisfeito é você, que tem uma rentabilidade agora considerada baixa. Se a debênture que você comprou possuir essa cláusula na escritura, você poderá requerer a antecipação do pagamento.

Quem normalmente investe em debêntures?

O perfil desses investidores é variado, mas, geralmente são investidores que desejam “ganhar um pouco mais” de retorno, com risco menor que a renda variável. Ou seja, perfil moderado.

Existem garantias?

Se você deseja saber se existe proteção do FGC – Fundo Garantidor de Crédito, a resposta é NÃO.

Porém, visando tornar as debêntures ainda mais atrativas aos olhos dos investidores, são dadas garantias. Elas determinam qual a prioridade de recebimento que os investidores tem, dos valores devidos, em caso de falência.

Neste post, não vamos entrar em detalhes, mas vamos pelo menos apresentar quais são os quatro tipos de garantias, em ordem crescente de de prioridade.

1 – Garantia Subordinada

2 – Garantia Quirografária

3 – Garantia Flutuante

4 – Garantia Real

Em relação à tributação, é a tabela regressiva (22,5% a 15%) que vai diminuindo a alíquota conforme o prazo do investimento.

22,5% para investimentos de até 180 dias

20% para investimentos entre 181 e 360 dias

17,5% para investimentos entre 361 e 720 dias

15% para investimentos a partir de 720 dias

Não existe o “come-cotas”, que aliás, é específico dos fundos de investimentos.

Não perca o próximo post. Se você gostou dessa publicação, comente e compartilhe. Leve conhecimento para mais pessoas.

#multixplique

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