É preocupante ver o número de empregados que estão solicitando antecipação do 13º salário. Acho que devem ser dívidas que desejam quitar…
“E o que eu tenho a ver com isso?” – essa pergunta foi a resposta de diversos CEOs, diretores de empresas, gestores e muitos profissionais de RH, quando souberam que parte de seus colaboradores possivelmente possuíam dívidas.
Sabe quando estamos tão mergulhados em encontrar uma solução para um problema e acabamos reduzindo nossa capacidade de olhar ao que está à nossa volta, por estarmos muito focados no problema?
Pois é, preste muita atenção à história a seguir:
De repente o CEO de uma empresa recebe o relatório de desempenho de sua indústria e compara com os resultados obtidos pela sua equipe, pelo seu time de colaboradores.
Apesar de tantos investimentos, uma política de remuneração considerável e grandes talentos, todos recém-promovidos e em tese, cheios de energia para produzirem ainda mais, o CEO não consegue explicar ou receber explicações que justifiquem os resultados de sua empresa estarem abaixo do esperado, abaixo das metas traçadas e distante dos objetivos de médio e longo prazo traçados no planejamento estratégico.
Logo sua empresa, que vinha quebrando recordes nos últimos anos, aumentando os lucros e permitindo sonhar mais alto no mercado…
Inconformado, ele reúne todos os principais gestores executivos e propõe um amplo debate sobre as causas.
Nessa reunião, alguns alegam a crise econômica do setor, a pandemia de 2020 (Covid-19), problemas com fornecedores, outras questões burocráticas, dentre tantas outras “desculpas”.
O CEO, a cada nova justificativa apresentada mostra aos seus gestores um dado recente, de mercado, que contradiz com números, com fatos, incontestáveis, que a decepção com os resultados da empresa não são respondidos pelos argumentos, muito bem embasados de seu time.
Ele mostra os concorrentes, que passaram pela mesma crise, que superaram suas dificuldades, que não tinham o mesmo market share que sua empresa e mesmo assim parecem estar navegando em águas calmas.
Já sem mais esperanças de ouvir uma resposta para o problema que se apresenta, recebe ele nesse momento em sua sala, o Sr. Expedito, um senhor de 62 anos, há mais de 40 anos trabalhando na empresa, querido por todos por ser o que serve “o melhor café” das reuniões.
O Sr. Expedito, que conhecia seu CEO faz sua usual pergunta: “Duas gotinhas, senhor?”. Porém, antes que o CEO pudesse responder, que desta vez ele iria querer suspender o adoçante e anunciar um longo programa de redução de custos na empresa, o Sr. Expedito já havia colocado as tais gotinhas e acaba resmungando algo que ele não consegue entender.
Enquanto servia os demais líderes na mesa, o CEO observa que seu café está um pouco frio, e desabafa: “é, parece que nem mesmo o café que eu bebia está nos seus melhores dias”.
Nessa hora, o CEO resolve perguntar ao Sr. Expedito o que aconteceu com o café, e, a resposta que ele recebeu, mudou a história da sua empresa.
“Senhor, me desculpe. Eu estou tão preocupado com as minhas contas esse mês que me distraí ao fazer o seu café.”
Sei que não é desculpa, este é um problema meu, ele não é seu ou da sua empresa, mas por favor, peço que me perdoe e prometo que isso não se repetirá.
Nesse exato momento, o CEO pediu que todos se retirassem da sala, declarou como encerrada a reunião e disse a todos: Senhores, o problema dos nossos números, nossos resultados, não está relacionado ao nosso negócio. Ele está relacionado aos negócios que nosso time está fazendo em suas vidas.
No semestre seguinte, e nos demais que se sucederam, os resultados da empresa começaram a superar todas as metas traçadas.
Quer saber o que aconteceu? Está interessado em saber se o Sr. Expedito foi demitido ou ainda está trabalhando?
Na próxima publicação você vai conhecer como a situação financeira dos colaboradores de uma empresa pode influenciar no desempenho corporativo.
Saiba quais foram as mudanças promovidas pelo CEO e a importância do papel do RH nesse momento, um RH estratégico, que atua alinhado aos interesses institucionais.
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