Agora uma dica valiosa para quem investe em ações…

Sabemos que investir em ações significa ter possibilidades de ganhos elevados, porém, assumindo mais riscos.

Sabemos também que só se deve investir em ações aquele capital que não se tem expectativa de utilização no curto prazo. Renda variável é indicada para longo prazo, uma vez que este tipo de investimento tem grande volatilidade e se mostra a melhor alternativa de investimento, ganhando de todas as outras opções de disponíveis do mercado, se observados períodos maiores.

E dentre os benefícios de se investir em ações, podemos citar:

  • A possibilidade de receber dividendos (a distribuição dos lucros da empresa) diretamente para os acionistas sem pagar imposto de renda;
  • A possibilidade de compensar prejuízos já ocorridos com ganhos de capital futuros;
  • A isenção de imposto de renda sobre o ganho de capital para alienação de ações que não ultrapassem R$ 20.000,00 dentro de um mesmo mês.

E é justamente sobre o ganho de capital, para alienações de ações, cujos valores superarem R$ 20.000,00 no mesmo mês, que você vai aprender o que você pode fazer (e grande parte dos investidores não sabe) para pagar menos imposto de renda sobre o ganho de capital.

Imagine uma situação em que o investidor possui recursos aplicados em ações, um patrimônio de, por exemplo, R$ 110.000,00 e tenha vislumbrado uma nova possibilidade de investimento, que lhe exigirá resgatar todo o seu patrimônio investido na B3 (a bolsa de valores do Brasil) ao final de 6 meses. Mas, mesmo assim, não será suficiente.

Ele ainda precisará levantar outros recursos particulares para concretizar seu investimento, como por exemplo, a compra de um imóvel que será colocado à venda por um valor 30% abaixo do seu real valor de mercado, em que ele tem preferência de compra.

Suponha ainda que recentemente suas ações tenham se desvalorizado demasiadamente e o investidor acredita que há potencial de valorização (recuperação) de sua carteira nesse curto período que antecederá a compra do imóvel, o que parece ser, aos olhos do investidor, bastante indicado permanecer com seus ativos investidos em renda variável nos próximos meses.

O cenário indicado então sugere que dentro de 6 (seis) meses, o investidor acabará tendo que vender todo o seu patrimônio de uma única vez, e, inevitavelmente irá pagar 15% de imposto sobre o ganho de capital, ou seja, o valor total da alienação de suas ações deduzido do custo de aquisição das mesmas.

E é exatamente o custo de aquisição o grande segredo que irá permitir com que este investidor possa reduzir o valor de imposto a pagar.

Estamos tratando de um caso de elisão fiscal, ou seja, um método legal de redução de imposto a ser pago pelo contribuinte, utilizando para tanto de artifícios permitidos pela legislação.

Para que você possa entender como funciona este método, peço que preste atenção ao que vamos detalhar a seguir:

Ao realizar investimento em ações, o investidor deve calcular sempre o preço médio pago em cada ativo de sua carteira. Assim, vamos admitir algumas premissas para o investidor em questão:

O investidor possui em sua carteira 5 ativos diferentes, que foram adquiridos ao longo de muitos anos. Esse investidor, portanto, ao conseguir economizar mensalmente, investia em papéis que acreditava terem potencial de crescimento e de fato lhe renderam ótimos resultados. A carteira atual do citado investidor é composta dos seguintes papéis e respectivos preços médios de aquisição.

2.000 ações da empresa A, cujo preço médio de aquisição foi calculado em R$ 25,00. Total = R$ 50.000,00

1.500 ações da empresa B, cujo preço médio de aquisição foi calculado em R$ 8,00 = R$ 12.000,00

1.000 ações da empresa C, cujo preço médio de aquisição foi calculado em R$ 30,00. Total = R$ 30.000,00

800 ações da empresa D, cujo preço médio de aquisição foi calculado em R$ 10,00 = R$ 8.000,00

500 ações da empresa E, cujo preço médio de aquisição foi calculado em R$ 20,00 = R$ 10.000,00

Ou seja, o investidor teve um custo de aquisição total de R$ 110.000,00

Considere ainda que, mesmo com a queda das ações, seu investimento ainda esteja positivo, com os seguintes valores atuais das ações das empresas e respectivo resultado parcial da carteira:

  • Empresa A: R$ 35,00. Ganho de capital = R$ 20.000,00
  • Empresa B: R$ 12,00. Ganho de capital = R$ 6.000,00
  • Empresa C: R$ 42,00. Ganho de capital = R$ 12.000,00
  • Empresa D: R$ 14,00. Ganho de capital = R$ 3.200,00
  • Empresa E: R$ 25,00. Ganho de capital = R$ 2.500,00
  • Patrimônio Atual do Investidor = R$ 153.700,00
  • Ganho de capital do Investidor = R$ 43.700,00

Se o investidor fosse realizar a alienação total de sua carteira em um único mês (o que ele pretende fazer em 6 meses), o Imposto de Renda a pagar, via DARF, seria de 15% sobre o ganho de capital, ou seja, 15% de R$ 43.700,00 = R$ 6.555,55 (despreze os custos de corretagem e demais taxas cobradas nas operações).

Uma alternativa para minimizar o imposto de renda seria a venda, a cada mês, do limite de R$ 20.000,00. De fato, o imposto de renda seria cobrado apenas sobre o que excedesse R$20.000,00 ao final de 6 meses. Em termos práticos, supondo os valores constantes das ações ao longo do período (contrariando a expectativa do investidor), o imposto seria calculado sobre R$ 33.700,00, que seria o excedente a R$ 120.000,00, depois de 6 meses consecutivos de vendas.

Nesse caso, o investidor teria que buscar uma outra aplicação para remunerar seu patrimônio no período, que maximizasse a rentabilidade. E o investidor precisa ainda levantar recursos para conseguir comprar seu imóvel…

Porém, essa não é a única alternativa.

O investidor pode alterar o preço médio de aquisição dos seus ativos, diminuindo assim, a base de cálculo para fins de aplicação do imposto de renda.

Mas como assim alterar o preço médio de aquisição?

O investidor pode, por exemplo, no penúltimo dia útil de cada mês realizar a venda de R$ 20.000,00 de sua carteira, por exemplo, da Empresa A, beneficiando-se da isenção de Imposto de Renda. No dia seguinte, por exemplo, este mesmo investidor recompraria as mesmas ações. Observe que, antes de efetuar a venda das ações, o preço médio de aquisição da mesma era de R$ 25,00. Supondo a recompra pelo valor atual da ação (e, para fins de simplificar este exemplo, suponha ainda que não houve variação do preço entre o dia da venda e o dia da recompra), este investidor teria elevado o preço médio de compra do seu papel, de R$ 25,00 para aproximadamente R$ 27,86, ou seja, uma elevação de 11,42%.

Neste exemplo, utilizamos como cálculo a venda, seguida da compra no dia seguinte, de 571 ações a R$ 35,00, totalizando R$ 19.985,00.

No mês seguinte, o investidor pode continuar fazendo operações com este mesmo papel ou outro que deseje.

Atenção: necessariamente as operações de compra e venda dos mesmos papéis devem ser realizadas em dias diferentes, para que não configure operações day-trade, que não são isentas de IR, mesmo que se realizadas dentro do limite de R$ 20.000,00.

Este é um procedimento que, embora seja simples, quase ninguém conhece.

Essa é uma estratégia que se exercida mensalmente, fará com que seus investimentos estejam sempre sendo realizados de forma a minimizar a tributação a qual você estará submetido no futuro.

E aqui, no #multixplique, você tem acesso a essa dica de forma gratuita.

Se você gostou dessa dica, escreva aqui nos comentários, compartilhe com seus amigos e com pessoas que você acha que vão gostar de saber disso!

Este post tem 2 comentários

  1. Bruna Cardoso

    Nunca encontrei tamanho conteudo em linguagem tão didática, aos poucos vou devorar tudo.

    1. Hugo Elsenbusch

      Fico extremamente feliz com esse feedback. Gratidão! Se houver algum tópico específico que você deseja ler, posso ver se consigo trazer o tema pra dentro do site… Que tal?

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